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Tratamentos alternativos surgem como escolha menos agressiva a problemas psicológicos

  • Beatriz Lemos, Letícia Maria e Natalie Seifer
  • 9 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de fev. de 2021


Ioga e acupuntura são opções para quem não se identifica com medicamentos tradicionais

Meditação é uma das formas de buscar tranquilidade – Foto: Atma

A comercialização de remédios para tratamentos psicológicos é cada vez mais recorrente no Brasil. Segundo dados da Interfarma, Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, só em 2016 a indústria farmacêutica brasileira cresceu 13,1%. É a segunda maior do mundo, perdendo apenas para o petróleo. A empresa de pesquisa e consultoria GlobalData estimou crescimento anual de 8,5% do mercado farmacêutico no país.

Em relação ao aumento dos casos de depressão apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atinge 5,8% dos brasileiros, a psicóloga Patrícia Buranello da Silva acredita que o número sempre foi alto, mas como, atualmente, o preconceito com a área de psicologia é menos, o assunto deixou de ser um tabu e passou a ser levado mais a sério.

Ela conta que utiliza em seus pacientes a arteterapia como um outro método alternativo, encaminhando-os para psiquiatras em último caso. Patrícia explica que faz a utilização da arte para trazer à consciência o inconsciente; logo, o que o paciente guarda para si, a arteterapia traz para ser trabalhado. A psicóloga ainda cita traumas ou depressão como principais exemplos. "Em uma das atividades eu faço o contorno do corpo do paciente em papel pardo e peço para ele preencher com o que ele quiser: palavras, figuras".

Apesar dos números crescentes, medidas alternativas estão se popularizando pela busca a melhora na saúde mental. É o caso da Ana Carolina Rodrigues, 23, estudante de Rádio e TV, que aos 21 anos começou a tomar estabilizadores de humor e anti-depressivos, apontando ter sido ruim a adaptação. "Tive vários efeitos colaterais. Eu via tudo embaçado, fiquei três dias grogue por causa do remédio. Eu quase parei de tomar e fiquei bem assustada". Ela encontrou na acupuntura uma melhora significativa para seu quadro.

O psicanalista e profissional de acupuntura Renato Bortolaço Avelino expõe a ideia de que, na medicina oriental, corpo é mente e mente é corpo. Segundo ele, essa medicina mostra que a emoção influencia no órgão humano. "O fígado é relacionado à raiva, o coração à euforia excessiva e o estomago aos pensamentos obsessivos".

Segundo Renato, logo na primeira sessão de acupuntura, em média, se observa uma melhora no estado do paciente. Além disso, é aconselhado manter uma rotina para quando surgirem questões tanto físicas quanto emocionais que façam interferências, o paciente já vai estar com sua saúde muito bem ajustada. "Vai sofrer menos ou até capaz que nem sofra", diz.

O psiquiatra Edson Luiz Borlotti conta que até o dia a dia pode ser estressante e desencadear transtornos mentais. "Crises de ansiedade e hiperatividade são um dos casos mais conhecidos e procurar solução por meio da medicação pode ocasionar abuso e até vício. Mesmo assim, a procura por remédios acaba sendo a maneira mais prática como tentativa de controle e um erro".

Não é o que acontece com a Ligia de Fátima Rodrigues, 54, aposentada, que pratica desde 2015 qigong (forma de exercício suave, composto de movimentos repetitivos, frequentemente esticando o corpo), meditação e ioga. Ela foi diagnosticada com hiperatividade desde os 11 anos. "Quando eu mudei do ensino fundamental I para o fundamental II, eu percebi que não conseguia ficar muito tempo sentada".

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