Rugby feminino vira modalidade oficial para os Jogos Universitários de Comunicação e Artes
- Letícia Maria
- 22 de nov. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de fev. de 2021
Há seis anos o esporte não pontuava na classificação geral do JUCA

O rúgbi é de origem inglesa e a modalidade feminina faz parte do JUCA desde 2012 - Foto: Reprodução/Facebook Jogos Universitários de Comunicação e Artes
Brasil é o país do futebol, mas também do futsal, vôlei, handebol, hóquei. Esportes advindos de outras partes do mundo vêm alcançando mais espaço entre os brasileiros. Desta vez, universitárias dos cursos de comunicação e artes conquistaram a oficialização do Rugby (ou Rúgbi, em português) feminino nos Jogos Universitários. Esse avanço foi possível após seis anos de tentativas e votações entre as atléticas das instituições.
O diretor geral de esportes da Liga das Atléticas Acadêmicas de Comunicação e Artes (LAACA) Rodrigo Sanzovo, explica que tratava-se de uma modalidade demonstrativa, ou seja, a participação das atléticas não era obrigatória e os pontos não eram somados na classificação geral dos Jogos. Além disso, para se tornar oficial, o esporte deve ser demonstrativo por, no mínimo, dois anos.
Essa mudança foi uma movimentação das próprias meninas dos times, e Sanzovo reconhece isso. Elas se organizaram usando redes-sociais para melhorar o diálogo e chamar atenção. “Honestamente, é muito bonito ver uma organização interna das meninas que se dedicaram para fazer com que isso acontecesse. Esse ano a votação em favor de transformar em modalidade oficial foi unânime”.
Quem acompanhou essa mobilização de perto foi a capitã do time de Rugby Feminino da Cásper Líbero, Laura Valadão. Ela está na equipe desde 2016 e se diz apaixonada pelo esporte. A pouca representatividade da equipe tricampeã no JUCA incomodava as atletas, até porque não tinham tanta torcida ou reconhecimento. De qualquer forma, a oficialização da modalidade incentiva Laura. “O que sempre falei como capitã é que não entramos em campo representando a Cásper, mas com o nosso nome. Só nós sabemos o tanto que fazemos, treinamos e jogamos para conseguir esse espaço”.
A microempresária Izabela Borba, 25, tinha interesse em jogar rugby antes mesmo de entrar no ensino superior. Em 2015 entrou no time da faculdade e acompanhou a evolução que anteriormente não tinha equipamentos, técnico e um número necessário de jogadoras. Sobre a oficialização da modalidade, Izabela acredita que aconteceu tarde. “O time da Cásper vem mostrando solidez há três anos, assim como a Belas Artes, Anhembi e USP. Acho que estão preparados para encarar os Jogos Universitários”.
Ela acredita que o esporte não é tão conhecido, já que o espaço da equipe foi conquistado aos poucos após vários convites nas salas de aula para apresentar o rúgbi aos alunos. Segundo o representante da modalidade, Murillo Mendes, as coisas vão acontecer de forma similar na Universidade Metodista. O time feminino ainda não está formado, ainda mais pela falta de interesse e conhecimento. “O rúgbi é um esporte boca a boca porque as pessoas não vão atrás e acham que é violento. Nós [da atlética] estamos apostando muito no ano que vem com a entrada de novos alunos para convidá-los e explicar como é o esporte”, conta.
A próxima edição dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes irá acontecer entre os dias 20 e 23 de junho de 2019, com local ainda indefinido. A última edição foi em São Carlos entre os dias 28 de abril e 1º de maio, e contou com as atléticas da Metodista, Mackenzie, Anhembi Morumbi, Belas Artes, Cásper Líbero, PUC-Campinas, PUC-São Paulo e Universidade de São Paulo. A novidade para o ano que vem é a participação da atlética de comunicação da FMU no lugar do Mackenzie.
Publicado inicialmente no Rudge Ramos Online
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