Jornalismo brasileiro perde Ricardo Boechat em acidente aéreo
- Letícia Maria, Giulia Marini, Tamara Sanches
- 11 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de fev. de 2021
Helicóptero caiu em cima de um caminhão no Rodoanel, em São Paulo

Foram mais de 40 anos de carreira em vários veículos como repórter, apresentador e colunista - Foto: Reprodução/Instagram
O apresentador, colunista e repórter Ricardo Boechat morreu, aos 66 anos, na tarde desta segunda-feira (11) por volta do meio-dia. A aeronave entrou em chamas após cair e bater na dianteira de um caminhão no quilômetro sete do Rodoanel. A causa da queda ainda era desconhecida até a publicação desta matéria.
Boechat iniciou a carreira como repórter nos anos 1970, prolongando até os dias atuais, em que apresentava na rádio BandNews FM e no Jornal da Band. Para o jornalista da Folha de S. Paulo, Renan Sukevicius, estagiário na BandNews no período entre 2014 e 2018, é uma perda muito grande para todo mundo. "O principal ensinamento que Boechat deixou é dar o lugar para o ouvinte. Aprendi muito com ele e sou grato por me ensinar a usar o jornalismo como forma de ajudar as pessoas”.
A notícia chocou muitos profissionais e colegas de profissão. O professor da Universidade Metodista e Broadcast Manager da Ubisoft, Wesley Elago, teve contato com o profissional em eventos como Copa do Mundo de 2010, 2014 e as Olimpíadas de 2016. Em 2010, na África, Elago relembra a participação do colega nas gravações do programa que começava às 11 horas da noite por conta do fuso horário. “A sensação térmica era de 10 graus negativo. O Boechat batia os dentes, tremia, sofria, mas estava junto com a equipe tomando café requentado com a gente, fazendo piadas e não deixando a peteca cair, apesar da situação de produção que era desafiante”.
“O jornalismo brasileiro está de luto hoje porque perdeu um grande profissional. Boechat sempre deixou como marca a personalidade, dizendo aquilo que achava importante dizer”, diz Eduardo Borga, que atuou como chefe de reportagem da rádio CBN por 12 anos e hoje é professor da Universidade Metodista.
A morte de Boechat destaca ainda mais a carreira do profissional. Segundo o coordenador do curso de jornalismo da UMESP, Eduardo Grossi, a lição para os futuros profissionais da área é serem versáteis para se adaptar em qualquer veículo. “Isso é algo que Ricardo Boechat soube fazer muito bem. Ele entendia o contexto em que nós vivíamos e sabia se apresentar diante do público”.
Pela manhã, Boechat apresentou uma palestra para representantes de uma indústria farmacêutica na cidade de Campinas. O piloto Ricardo Quattrucci também morreu e o motorista do caminhão foi socorrido com ferimentos e foi liberado.
Ouça na íntegra o podcast em homenagem ao jornalista:
Publicado inicialmente no Rudge Ramos Online
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